Diário de Mercado na 3ª feira, 01.08.2017
Safra de balanços anima setor financeiro na bolsa
Resumo.
Enquanto aguardam o próximo capítulo do cenário político para amanhã, os agentes observaram a ata do Copom divulgada pela manhã, que reforçou o posicionamento expansionista do Bacen, e deflagrou mais quedas nos juros.
O dólar teve oscilação contida mas rompeu a sequência de queda, enquanto na Bovespa os bancos dominaram a alta com bons números na temporada de balanços.
Ibovespa.
Embora a Suzano (SUZB5) tenha sido a maior alta do índice, em uma positiva resposta ao anúncio de migração de suas ações ao Novo Mercado da B3, o Itaú foi o destaque do dia.
Com um balanço do 2T considerado positivo, as ações do banco tiveram a maior alta percentual desde 19 de maio, e capitanearam os ganhos ponderados do índice, e também contagiaram outros players do setor financeiro, que se valorizaram.
O Ibovespa findou aos 66.516 pts (+0,90%) com o giro financeiro preliminar da Bovespa em R$ 7,57 bilhões, sendo R$ 7,26 bilhões no mercado à vista.
Capital Externo na Bolsa
O capital externo para a bolsa, com a retirada de R$ 36,24 milhões em 28 de julho, passou a somar saldo positivo de R$ 3,056 bilhões no mês. Em 2017, a entrada líquida acumulada situa-se agora em R$ 7,948 bilhões.
Agenda Econômica.
No Brasil, a ata do Copom referente à reunião da semana passada reforçou o tom dovish (brando) sinalizado pelo comunicado que acompanhou a decisão de cortar 100 pontos-base na Selic. A autoridade monetária foi explícita em indicar a possibilidade de um novo corte de igual magnitude em detrimento a uma indicação mais conservadora, a depender do andamento do cenário base e balanço de riscos.
A produção industrial de junho ficou estável na passagem de maio para junho de acordo com o IBGE. O dado superou a média das projeções de mercado, que apontavam para uma queda de 0,3%. No comparativo contra junho de 2016 a alta foi de 0,5%. O dado de junho encerra o apanhado do segundo trimestre, cuja alta de 0,9% em relação ao primeiro trouxe o primeiro semestre positivo após uma sequência de 6 negativos.
A produção industrial apesar de mostrar com isto um cenário de aparente estabilidade ainda o faz ante uma base comparativa bastante deprimida, resultado da forte recessão vivida em 2015 e 2016.
Nos EUA, a inflação ao consumidor medida pelo PCE variou em seu núcleo (que exclui dados voláteis como alimentos e energia) 0,1% em junho ante maio. No comparativo com junho de 2016 a variação foi de 1,5%, estável ante o dado de maio (revisado a 1,5% ante 1,4% na divulgação anterior). O núcleo do PCE é o indicador mais acompanhado pelo Fed para a sua definição de política monetária nos EUA, e sua convergência à meta de 2% vem ultimamente desapontando os analistas e trazendo preocupações em meio a um mercado de trabalho embora considerado a pleno emprego incapaz de gerar pressão inflacionária considerada saudável.
Câmbio e CDS.
O dólar permaneceu na tendência de desvalorização ante outras moedas mundiais, embora ante o real o movimento tenha sido inverso nesta sessão, ainda que sem força. O dólar fechou a R$ 3,1232 (0,21%).
Risco Brasil - O CDS brasileiro de 5 anos cedeu a 207 pontos ante o fechamento de 210 da véspera.
Juros.
Houve queda concentrada nos vencimentos curtos da curva a termo dos juros, em reação à ata do Copom, que reforçou o espaço para a manutenção dos cortes na Selic. Os vencimentos intermediários e longos operaram com viés de estabilidade.
Para a 4ª feira.
Além da agenda econômica, que inclui destacadamente vendas no varejo na zona do Euro, definição de juros no Reino Unido e pedidos de fábrica e bens duráveis nos EUA, os holofotes dos agentes se voltam para a Câmara dos Deputados brasileira. Está prevista para amanha a votação da denúncia contra a presidência por parte da PGR, e não apenas o quórum mas a quantidade de votos irá balizar a visão dos agentes quanto a uma maior ou menor probabilidade de andamento das próximas reformas.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 3ª feira, 01.08.2017, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, e RAFAEL FREDA REIS, CNPI-P, ambos da equipe do BB Investimentos.